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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os seus objectivos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, adormecidas... ou anestesiadas por fórmulas e conceitos preconcebidos. Embora parte dos seus artigos possam "condimenta-se" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade com libertinagem de expressão" no principio de que "a nossa liberdade termina onde começa a dos outros".(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico e por vezes corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausadamente, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas análises, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell).Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de blogues a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, o que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão com alguma delas... mas somente o enriquecimento com a sua abertura e análise às diferenciadas ideias e opiniões, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais e válidos para todos nós, dando especial atenção aos "nossos" blogues autóctones. Uma acutilância daqui, uma ironia dali e uma dica do além... Ligue o som e passe por bons e espirituosos momentos...

sábado, 6 de dezembro de 2008

O PLANETA CHISÉLLE




O PLANETA CHISÉLLE
Lá adiante, numa galáxia distante, existiam alguns planetas com vida própria, dominados por seres humanóides sob a resplandecente luz da estrela REM… num desses planetas, o Chisélle, um timoneiro dirigia os seus destinos…e esse timoneiro, eleito em sufrágio universal pelos seres humanóides era  “El Comandante”. Coisas fantásticas e mirabolantes se passavam em Chisélle!   Como responsável máximo pelos desígnios do seu planeta, "El Comandante" pensava e projectava sempre em parâmetros de chichichizélle! Por acaso, nesse planeta, também habitava uma coloniazita de outros seres, mais pequenininhos, amarelinhos, de olho em bico, muito laboriosos, metódicos e poupadinhos, vindos de outro astro distante, que diziam ser o Império do Sol Nascente, mas não do planeta Lorosae… eram mais a Norte neste sistema REM… os tipos traziam sempre um livrito encaixado na axila, ou embutido num bolso da bata, ou religiosamente guardado numa gaveta da secretária, cujo título rezava assim: “ O Código do Samurai” de Daidoji Yuzan - um código guerreiro que constitui um guia de vida… estes, vestiam Kimonos “ésses”, pensavam “émme” e trabalhavam “chichichisélle”.
Então, o que é que a pequenita colónia do planeta Samurai veio fazer para o planeta Chisélle? Ah! Trazer a indústria e fabrico de naves espaciais de transporte de cargas! Em consequência, também o emprego e a estabilidade económica para centenas de famílias chisellenses e de planetas limítrofes, melhorando a sua qualidade de vida, com benesses e progresso para todo o comércio gravitacional! Até que um dia, pois, porque todas as histórias têm um dia, o “El Comandante” de Chisélle resolveu adquirir um território equivalente a 12 parcos campos de futebol pela módica quantia de 270 mil níqueis, moeda em vigor nesse fantástico planeta, níqueis estes, proporcionados a um pequenino e felizardo latifundiário, dirigindo-se, á posteriori, todo lampeiro, com tais campos de futebol virtualmente encaixados debaixo do braço, imitando os laboriosos samurais, dizendo-lhes, mais ou menos, a modos que assim:
-Tomai aqui oito campos de futebol, todos juntinhos, para que vós possais expandir vossos fantásticos hangares, visto quererdes aumentar para três vezes mais, a produção de vossas soberbas naves espaciais, que desta feita, serão concerteza, híbridas, por troca da módica quantia de 26 mil simbólicos níqueis!
Supunha “El Comandante”, que os colonos samurais ficariam com os olhos em bico, face a tão aliciante proposta da oferta de território “chichichizélle” por uma quantia de “esses” níqueis! Mas como eles já tinham os olhos assim desde a nascença, não se embeiçaram com o doce, e, vestindo “ésses” e pensando “émme”, astutos samurais que eram, logo tiveram a seguinte visão para o caso: ”Hum… quando a esmola é grande… até o pobre desconfia”… e foi mais ou menos assim que responderam a tão cobiçosa oferta:
“ -Nóis num plecisále tantu campum de futlebóili, pâlâ esspândile a noxa pluduçôm de naives! Tâmus a labolail com um tulno, e passamus a labolail com tlês tulnos nus mêmus angáles! É simples! Ih! Ih! Ih! Ih!
Se plecisálmos, selá xó um campito pala uss opelálios de Chisélle apoltalem suas naives com dignidade! Ih! Ih! Ih!”
Ih! Ih! Ih! O caraças! Terá pensado “El Comandante” com o tiro saído pela culatra!
Ah! Mas em Chisélle também haviam os maus! Eram uma seita dos diabos que tinha um radar! E designavam-se por os “Ópus-Ição”! E não é que os “Ópus-Ição” detectaram atempadamente estes movimentos estranhos e esquisitos no espaço sideral de Chisélle? E quais Robin dos Bosques em socorro dos habitantes deste planeta, deram o alerta, tocaram os sinos, soaram os alarmes, grasnaram os gansos e “El Comandante” a modos que arrepiou caminho!? Entretanto os assíduos leitores cá da xafarica do Cidadão, se forem uns tipos (e tipas) espertos, atentos e finos, já devem estar a magicar no seguinte:
- Mas onde é que o “El Comandante” teria ido desencantar os parcos 270 mil níqueis para despejar assim em oito campos de futebol todos seguidinhos, como quem não quer a coisa??
Então cá vai! É que em Chisélle, não havia uma fábrica de chocolates, mas sim um maquinão que fabricava bué da níqueis… o Niquelândio! E, os meus curiosos ciberleitores, fazem ideia de qual seria o princípio de funcionamento deste aparelho? Em primeiro lugar, era muita feiiio… parecia mesmo um monstro! Não! Ainda mais feio que o monstro das bolachas… e tinha dois buracos muito graaandes! Num, enfiava-se a matéria-prima á força toda! E pelo outro saía, já bem cozinhado, tipo microondas, o níquel todo reluzente, que era posteriormente encaminhado para cenas esquisitas como o raio!
Ah! Vocês querem saber qual era a matéria-prima que se introduzia na primeira bocarra do monstro??? São mesmo chatos pá! Querem saber tudo! Então, cá vai o segredo… bom…. Também eram níqueis! Molhadas de níqueis de Pagamentos Especiais por Conta, montes de níqueis de IRCs, magotes de níqueis de IRSs, blocos de níqueis de Contribuições Autárquicas, tijolos de níqueis de IVAs, covetes de níqueis de taxas e tarifas de águas e saneamentos, eram penosamente arrastados e introduzidos na bocarra do monstro Niquelândio, pelos estafados, conformados e automatizados habitantes de Chisélle, que comiam e calavam! Coisa parecida, só mesmo a quantidade de calyptrus que era necessária para alimentar uma caldeirada de produção de pasta de papyrus! E o que seriam os calyptrus? Era uma espécie de árvore que existia em partes do planeta e tchupava a água toda do solo, desertificando os campos de futebol! Nas galhas desses calyptrus só morava um bicho orelhudo… o Koala! Embora as suas folhas oblongas fossem óptimas para aliviar problemas respiratórios e revigorantes em longas caminhadas!
TIP… TIP… TIP… TIP…
-Ò ruído de uma nave espacial… deve ser a nave mãe que vai hipertransportar o Cidadão deste planeta para o dele…
TIP… TIP… TIP… TIP…
-Mas onde é que está… não se vê?
TIP… TIP… TIP… TIP… TIP… TIP… TIP… TIP…TIP… TIP… TIP… TIP…
-Chatice… cá o Cidadão farta-se de olhar para o ar e não vislumbra a Intergaláctica! Que dôr de pescoço… Que tormenta!
TIP… TIP… TIP… TIP…
-Acorda! Não ouves o raio do despertador a tocar?
-Âh? Nhãmmm,,, Nhãmmm,,, ummm…o que foi! Companheira? O quê, já são horas?
-Pois, pois, aí o despertador aos berros e tu, ferrado… a dormir?!
-Olha… sabes… Ainda bem que me acordaste… tive um sonho muito esquisito… era assim mais… tipo… um pesadelo!
-O quê… não me digas que foi com mulheres…
-Não, Companheira, antes fosse… mas foi com naves, galáxias, extraterrestres e cenas assim…
-Bom, bom… vê lá no que te metes…
-Nem a dormir… catano!!
Exclamou cá o Cidadão, sentado na cama, bocejando e espreguiçando-se, ainda pró estremunhado.
-O quê?! O que disseste agora?
-Nada, nada…
-Hum…