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Este militante anti-cinzentista adverte que o blogue poderá conter textos ou imagens socialmente chocantes, pelo que a sua execução incomodará algumas mentalidades mais conservadoras ou sensíveis, não pretendendo pactuar com o padronizado, correndo o risco de se tornar de difícil assimilação e aceitação para alguns leitores! Se isso ocorrer, então estará a alcançar os seus objectivos, agitando consciências acomodadas, automatizadas, adormecidas... ou anestesiadas por fórmulas e conceitos preconcebidos. Embora parte dos seus artigos possam "condimenta-se" com alguma "gíria", não confundirá "liberdade com libertinagem de expressão" no principio de que "a nossa liberdade termina onde começa a dos outros".(K.Marx). Apresentará o conteúdo dos seus posts de modo satírico, irónico, sarcástico e por vezes corrosivo, ou profundo e reflexivo, pausadamente, daí o insistente uso de reticências, para que no termo das suas análises, os ciberleitores olhem o mundo de uma maneira um pouco diferente... e tendam a "deixá-lo um bocadinho melhor do que o encontraram" (B.Powell).Na coluna à esquerda, o ciberleitor encontrará uma lista de blogues a consultar, abrangendo distintas correntes político-partidárias ou sociais, o que não significará a conotação ou a "rotulagem" do Cidadão com alguma delas... mas somente o enriquecimento com a sua abertura e análise às diferenciadas ideias e opiniões, porquanto os mesmos abordam temas pertinentes, actuais e válidos para todos nós, dando especial atenção aos "nossos" blogues autóctones. Uma acutilância daqui, uma ironia dali e uma dica do além... Ligue o som e passe por bons e espirituosos momentos...

sábado, 23 de janeiro de 2010

A MEIGA CHUCHONA




A MEIGA CHUCHONA

Depois de terdes retirado prazeres na leitura dos antecedentes episódios com laivos Gótico-Muçulmanos, por ora ireis mergulhar nas trevas sem antes vos advertir que quentes bafejares em vossos pescoços sentireis.

No que toca á Meiga Chuchona tratou-se duma cena do Demo, p’rá superstição, pois as mães de certa aldeola mergulhada algures nas florestas desta Ibérica Península sem razão darem, em noites de Lua Cheia viam seus filhos definharem lentamente, um após outro...

Em tenebroso bosque havia um casario rondado por sombras sinistras onde, pelas frestas das janelas espreitavam horrendos seres que dia algum podereis imaginar...

Perdendo o tino do seu viver, pela calada da noite uma linda mulher sugava o virgem sangue das criancinhas do lugar, sem que o João Semana ou o Padre Cura algum mal neles descortinasse até chegado o dia em que um casal de camponeses vendo seus filhos padecerem um após outro, buscou a solução numa velha muito velha, que de tão vergada pelos anos suas vistas a limitavam a sete palmos de terra.

Essa benta recomendou aos pais da criancinha, que mézinha fosse executada em Sábado de Lua Cheia!
Colheriam três pés de loureiro, uma lasca negra da pata de jerico, um raminho de erva de São João, uma castanha das Índias, um dente de alho e uma ervinha de São João.

Debaixo da almofada do leito da menina colocariam a castanha das Índias e o dentinho de alho...

Aguardando pela presença de um ser indescritível junto á filha adormecida, teriam que lhe bater com os três pés de loureiro evocando a lengalenga "São Silvestre, fórum meiga!"  e se lhe revelaria a razão de quão terrífica tragédia!
 O meio da noite era acossado por gélida e cortante nortada, com os galhos extremos das árvores da floresta banhados pelo luar sugerindo na penumbra, os vultos de almas penadas... traçado pelo arrepiante uivo dos lobos ferozes, o desafiante piar da coruja agoirenta... e bem pertinho, sentia-se restolhar no tojo da mata circundante...

...como se outra alma por li vegetasse...

Velando a seu lado sob a claridade tremeluzente de candeia alimentada a azeite, o casal de camponeses surpreendeu um negro e enorme moscardo pousando sobre as carótidas tenrinhas da sua querida menina, sorvendo-lhe o sangue quentinho com algumas gotas salpicando-lhe pelo pescocinho abaixo...

-Dããssse!!! Vou-me já embóla!!!

-Olha! O Pin Gente estava acordado!

- E ouviu isto!

-Vai abrir-lhe a porta da rua!

-Adeus Pin Gente!

-Adeus!

-Adeus, pá!... O tipo pirou-se!

 -Continuando...

Perante quão tétrico cenário, o pai da menina com três pés de loureiro bateu sem dó nem piedade no fétido bicharoco enquanto a mãe, de voz embargada pela aflição tentava gritar a frase do esconjuro, ao que a mosca bateu asas e esvoaçou pelo negro Céu, transformando-se em enorme morcego, sumindo-se no feitiço do Luar sem antes emitir arrepiantes guinchos que enregelaram as cervicais dos humanos resguardados nos meandros de seus lares, correndo ferrolhos a portas e janelas. 

Dando pela falta, na manhã seguinte a vizinhança foi encontrar prostrada em seu leito de morte, uma linda mulher de tez encerada, com enormes unhas e dois finos dentes incisivos cravando o lábio inferior... no manto negro que sobre ela se estendia, coagulavam dois fios de sangue escarlate!

Era aquela mulher esguia, até então de olhos distantes, vítreos, cinzentos, cabelos longos e seios volumosos que nas noites de Luar, em Senhora das Trevas se transformava... 

Não se podem contar pormenores desta Ibérica lenda pois tornar-se-iam deveras violentos para um leque de ciberleitores sensíveis e sugestionáveis, arcando bué da bitáites á memória rã!

Nos contemporâneos é-vos vedada a possibilidade de reviverdes tais negritudes mas em compensação tendes a Ambientabrantes que vos suga até ao tutano ainda que vossas torneiras estejam bem aferrolhadas...

Considerando que tais práticas ancestrais são viciantes, a modos que, se um Ser das Trevas em vosso pescoço os incisivos cravasse, em alma semelhante vos transformaríeis, sucedendo exactiqualmente assim nos meandros dos salões da mansão de uns quantos pisos, pois aqueles que se propõem partir em vossa salvação logo por lá ficam reféns das misteriosas forças de Cronos, deixando suas imagens de se reflectirem ao espelho!

Tal como num distante lugar das Ibérias, igualmente por estas bandas assistis á decadência de lindas mansões enquanto se evoca Rubik!

Com tão mágico cubo surgem forças misteriosas que captando mentes, nelas exercem poderes inimagináveis! Cenas para crónica vindoura!

Melhor será dar-vos por cumprida e encerrada esta valente trama onírica iniciada no primeiro dia do ano da graça de dois mil e dez depois de Cristo, em que o primeiro personagem foi Al-Ban, El Al-Banito com seus Druidas enquadrados no Stonehenge, de seguida souberam-se das razões intromissivas da linda Záhára neste sonho onde viajastes pelo Néo-Medieval da questão, encaminhando-vos para um epílogo sanguinário inspirado num conto Galego ao estilo literário Al-Dark-Gótico, recorrendo a uma catréfada de fotos reais de vivendas devolutas e em adiantado estado de degradação que proliferam nesta charmosa Tubucci e com toda a certeza vos porá espreitando por debaixo da cama e a zona do guarda-fatos onde pendurais o vosso sobretudo, sem antes dardes uma corridinha ao sótão e á cave se quiserdes dormir uma noite descansadinha, não vá o Mafarrico tecê-las...

Coisas que vós caros ciberleitores não entendereis, visto não possuirdes uma Bola de Cristal  como a do Cidadão!